domingo, 12 de dezembro de 2010

Reflexão sobre o ensino de língua portuguesa e a formação continuada

Refletir sobre a língua portuguesa não é uma tarefa fácil, ensiná-la é menos ainda, por isso, me considero privilegiada em fazer parte desse seleto grupo de professores, contemplados com  o Curso de Especialização em Letras e Linguagens pela Universidade Federal do  Pampa (UNIPAMPA), pois propicia  o aprimoramento da nossa competência linguística e profissional,  dando-nos  condições teóricas e práticas para a melhoria do desempenho dos alunos e, consequentemente, qualificando o ensino.
Muito se discute sobre estratégias para o ensino de língua materna, mas apesar da possiblidade de traçar estratégias, o ensino de língua portuguesa não pode ser algo estanque, uma vez que não existe homogeneidade nas salas de aula, e lidamos com alunos portadores  dos perfis mais variados, tendo que acomodar nossa prática as capacidades e necessidades dos mesmos.
                As propostas de ensino que nos são apresentadas hoje são inovadoras, mas infelizmente,  muitas vezes, nos sentimos de mãos atadas diante de escolas e colegas extremamente conservadores, que na maioria das vezes, por comodismo rejeitam o que é novo.
Trabalhar sem nos preocupar apenas com aquilo que o aluno precisa saber em termos de conteúdo  e,  que lhe será cobrado futuramente, não significa dar a ele  um ensino de qualidade, mas devemos também valorizar o seu conhecimento prévio , contemplar a oralidade e trabalhar a leitura e a escrita como um processo.
O Curso de Especialização em Letras e Linguagens,  ampliou meus horizontes. É um ambiente de troca de experiências onde dividimos nossas dúvidas, anseios e inquietações, com o intuito não apenas de apontar os problemas relativos ao ensino de língua materna, mas discutir alternativas  que atendam aos desafios impostos pela sala de aula.
Hoje me vejo   empenhada em inovar,  motivar e  despertar o interesse do aluno, pois ele é nosso foco, por isso independentemente das dificuldades que encontraremos no caminho,  sermos  responsáveis por pequenas mudanças , mas com resultados significativos é mais um impulso para que continuemos nossa trajetória de educador.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Experiência de escolarização familiar

Nesse breve relato vou contar a experiência de escolarização das últimas quatro gerações  de minha família, da qual tenho muito orgulho de dizer,  que sou o primeiro membro a ter um nível superior, pois meus avós maternos eram totalmente analfabetos e, assim criaram seus 14 filhos.
Minha mãe nunca foi à escola, e como era uma das filhas mais velhas, desde muito pequena foi trabalhar na lavoura de café e laranja (nos sul de Minas gerais), para ajudar nas despesas da casa. Depois de adulta, casada e mãe de quatro filhos, ela tinha muita vontade de estudar, mas não conseguimos convencê-la a ir para a escola, morria de vergonha e dizia que era muito velha para entrar em uma sala de aula.
Meus avós  paternos tiveram algum estudo, mas muito básico. Minha avó Heloísa  era dona de casa e tinha apenas o Ensino Fundamental e meu avô era policial militar, mas como o meu pai, ele também só tinha o Ensino Médio.
Apesar de minha mãe não ter estudo, sempre me incentivou muito a estudar, pois era a prova viva das limitações que sofrem as pessoas pela falta do estudo, por isso não cogitava a possibilidade de ver sua história se repetir com seus filhos.
Meu pai, por ter algum estudo, foi nossa âncora.Chegava do serviço tarde e cansado, mas estava sempre disposto  a nos ajudar com os temas ou explicar alguma coisa que não tínhamos entendido na escola. Com sua ajuda, esforço e dedicação, eu e minha irmã conseguimos obter o nível superior, me formei em Letras e ela em Matemática. Somos o orgulho dele, e ele o nosso.
Hoje eu tenho um filho lindo que está com oito aninhos, mas já cursa o terceiro ano do Ensino Fundamental, em uma turma que os alunos têm em média um ano a mais que ele. É extremamente esforçado e desde pequeno apaixonado por leitura. É minha vida, meu orgulho e esperança de continuação de um caminho que começei a trilhar, mas espero que ele consiga ir bem mais longe que eu e seu pai conseguimos.